... e acho que todos ja perceberam meu amor e minha afinidade pela chuva. Eu a amo, amo como amo o seu olhar, o seu sorriso, amo, como apenas eu sei amar. Amo como uma criança ama seu pequeno travesseiro, sua mamadeira, eu simplesmente amo.
Não sei se é o som, se são as gotas que caem lindamente do céu, não sei o que tanto me seduz nesse fenomeno tão lindo da natureza, é o começo e o fim de um ciclo, é um barulho gostoso, é uma sensação livre, é um sorriso em meio as lagrimas. Acho que perdi a conta de quantos banhos de chuva eu já tomei, começava a chover, e eu parava o que estivesse fazendo, na hora, só pra sair de dentro de casa, pra ir tomar banho de chuva no quintal, sempre desejava mais e mais chuva, cada vez mais forte, pra se tornar cada vez mais gostoso e interessante, ser livre. Pular, rodar, brincar, ser criança na chuva, era tudo o que eu mais adorava, e ninguém nunca me impediu. Aquele momento era só meu, talvez eu não compreendesse, nem meus pais, a minha fascinação pela chuva, talvez eu só quisesse brincar na agua doce que caía daquele céu cinza diretamente no meu corpo, mas não era apenas isso, era uma questão de liberdade, a sensação livre que tudo aquilo me causava, que eu amava. Era a natureza virgem que ali me encantava, no quintal, na escola, na rua, na piscina, quantas vezes eu pudesse, onde eu pudesse, eu aproveitava, eu amava. Ja escorreguei, rolei na escada, levei bronca de tia luluca, por aparecer no trabalho dela toda enxarcada, quebrei o vidro da porta diretamente com o meu joelho, pulei em tanta poça na rua e andei de bicicleta, tudo nas aguas claras e fortes que banhavam a alma, o corpo, o ser. É o que a chuva me traz.
Lembranças gostosas de serem lembradas, sonhos que saíam de mim, a felicidade que nascia em um sorriso, a agua que me trazia a liberdade que eu sempre gostei, e hoje eu compreendo. Eu só não sei, se posso agora, encontra-la nos meus banhos de chuva, eu sinto falta deles, quando a gente vai crescendo, vai perdendo o tempo, aquela coisa de ser criança, ser grande é chato. Responsabilidades são chatas, nunca entendi o orgulho que as pessoas transbordam em dizer '.... é tão responsavel" tá, e aí? Ser irresponsavel, as vezes, também é bom.
Quando eu era criança, queria todas as histórias sendo contadas pra mim, mas eu nunca suportei a do Petter Pan, nunca queria aquela, só as outras, nunca gostei muito dos contos de fada também, eu queria ouvir minha mãe ler pra mim só "Menina Bonita do Laço de Fita' e a "Margarida Friorenta" os contos, eram apenas pra alguns poucos dias, mas a do Petter Pan, eu sempre pulava, ele, eu não queria, mas e agora? E hoje? Hoje, eu cresci, e compreendi a essencia do Petter Pan, hoje eu sei o porque ele não queria crescer, hoje eu estou em busca da minha terra do nunca, de um lugar pra que eu não precise crescer, não precise ser grande, hoje, eu queria um planeta só meu, como o do Pequeno Principe, quero cuidar e cultivar a minha doce rosa, pra que ela seja somente minha, receba e me devolva todo o meu carinho, meu amor, quero que ela saiba fazer nascer no meu rosto aquele meu sorriso dos banhos de chuva, que ela seja a coberta que aquece a minha alma junto do meu chocolate quente após a chuva cair sobre mim, que ela seja a chave da minha liberdade, quero que ela seja minha, minha linda rosa vermelha, o vermelho do amor, da paixão, e que quando eu e ela, juntas enjoarmos do nosso, e apenas nosso planeta, que a gente fuja pra nossa terra do nunca, e viva a vida, pra sempre lá. E se a gente se perder, eu e minha flor, quero poder ouvir conselhos e histórias de uma raposa linda, que ela me mostre os erros, mas me deixe achar os caminhos, me deixe fazê-los e trilha-los, para que eu encontre e reencontre a minha linda rosa quantas vezes forem necessárias, que a gente regresse aos nossos contos de fadas e quando o final da nossa história chegar, que ele seja e que nós sejamos felizes pra sempre.
Minha flor, que encanta o meu jardim, que a nossa história vire um conto de fadas, que a gente se esqueça das metaforas, que essa doce rosa, desabroche...A chuva está mais forte, intensa, como nunca esteve, não quero que se afogue, mas que se banhe e aproveite a agua cristalina, que você saiba crescer, porque eu vou esperar, vou estar aqui, vou continuar cuidando de você, cresça, seja forte, pra que eu possa te levar comigo, e construir a nossa história.
amo a chuva, como amo a minha rosa.
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