Nesse meu espaço de revisitação, dos meus eus, e dessa nova pessoa que se reconstrói ao longos dos anos, venho buscando entendimentos e compreensões. O meu antigo eu, que aqui está desde 2009, não entenderia o que o meu eu de hoje aprendeu a compreender: que nem sempre o entendimento virá. Nem sempre vamos ser capazes de entender, de aceitar, de ser. Os sentimentos vem, vão, assim como as pessoas, tem gente que a gente acha que é pra sempre, que vai ficar, eternizar, e elas passam, como tem gente, ou amores, que a gente sempre pensa "vai passar." e elas ficam. Quase 10 anos depois, entre as minhas idas e vindas, entre os meus seres, eu pude entender, ainda que eu tenha muito o que aprender nessa vida, nesse tempo presente e no futuro. mas aprendi muito.
em meio ao caos, politico, social, historiográfico em que estamos vivendo, às vezes, eu tenho esquecido de ser. tenho deixado de lado o que eu quero, e quem eu sou, pra viver o dia-a-dia de um tempo louco, incerto, instável. o serviço público magoa a gente. o serviço público é duro, mas ao mesmo tempo ele recompensa. desde o Nacional (2012) até o arquivo da cidade, minha atualidade, eu fui aprendendo, nesses poucos anos, os embates, as dificuldades do executivo federal, do executivo municipal, e a gente aprende, que o jogo é sujo. que as pessoas são difíceis, que nesse país tudo se personifica, e dificulta. e com o tempo, isso passa a prevalecer, o serviço, o emprego, as dificuldades, a grana curta, o orçamento cortado, entre tiroteios e facadas, nós vemos um país no caos, e o seus reflexos na população. será que vamos viver 29 outra vez? será que caminhamos para uma grande depressão?
não sei. não sei como historiadora, não sei como futura arquivista. não sei como cidadã. não sei como a rachel, de 2018, aos 25, quase 26. Não sei bem o que eu vim aqui dizer, escrever, não sei bem quem ficou, quem partiu, quem deixou de ser e quem mudou. às vezes eu releio uns textos daqui, umas poesias, e eu não sei bem pra qual amor ele foi. eles eram tão intensos, mas hoje, alguns já me escapam, e nem sei bem, a quem eu dediquei tantas palavras, outros batem forte, bem direcionados, certos ou equivocados. sinto falta de escrever, de ter tempo pra sentar com calma, escrever minhas poesias, meus contos, tomar um vinho, uma vodka, não ter o despertador pra tocar, não ter hora pra chegar, pra sair, de estar sempre, sempre, atrasada. eu estou sempre atrasada, pro trabalho, pra faculdade, pro almoço, pra saída. eu sempre perco a hora, o tempo.
sinto falta de ter tempo, das minhas palavras, das conversas antigas, dos meus amigos. o tempo presente voa. a vida voa. eu realmente não sei bem o que vim aqui dizer, e se no fundo eu disse algo, ou se apenas escrevi pensamentos soltos.
é só saudade.
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